literatura feita por quem não sabe

Alquimia

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teu silêncio me fala pelo peito
vibra e gesticula,
forçando a gravidade das coisas
como luz a dobrar-se 
diante a atração de uma singularidade 
teus olhos vislumbram um futuro distante
eu me perco nas linhas do teu tempo
e você segue sozinha
distante, longe
além do alcance
e agora imerso em mim, eu fito o horizonte
vejo nele o fim de todas as coisas
e o mundo em líquido escorre feito aquarela numa tela
desfeito, a água desmoronando o linho da pintura
eu me vejo em branco (de novo?)
pego os pincéis, perdidos em algum lugar da alma
e recomeço 
feito livro ou quadro
escultura ou retrato
juntando os cacos e inspirando no ar o sabor das frustrações 
um artista solitário num mundo lusco-fusco
pintando a história da vida numa nova alvorada
traçando linhas dum céu azul
em direção ao zênite 


Imagem:https://www.liveabout.com/how-to-paint-clouds-2578388

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